I. Desterro
De uma cidade brasileira em expansão, a ilha converteu-se numa concessão privada de uma companhia estrangeira, ao fim de uma década de transformação violenta. O antigo nome da ilha, abandonado havia mais de um século, foi restaurado com uma surpreendente atualidade para a nova situação: Desterro. Nunca, em seus 350 anos de história, a cidade havia assistido a uma transferência tão rápida e dramática de populações. Quase ninguém ficou onde estava.
O aviso veio pouco antes da década fatal. Depois de um século XX traumático, em que o mundo aprendeu a temer a guerra, um novo alarme global soou nos primeiros anos do século XXI: o clima do planeta estava mudando mais rápido do que previam os cientistas. A elevação do nível do mar em nove metros e o congelamento do Norte Europeu transformariam completamente uma cidade instalada numa ilha costeira da América do Sul.
Os primeiros anos foram de caos absoluto...
4 comentários:
que meda !!!!! Mas, falando sério, parabéns pelo texto. O pior de tudo é que a ficção pode virar realidade....o futuro vem a galope!
Carloto Costa, Para lá estamos indo, alegremente. Mas duvido que a coisa se dê de forma tão espetacular, romanesca quase. Vai-se dando assim, manezinhamente, pouco a pouco, resort a resort, elevado a elevado, aterro a aterro, leitinho das crianças a leitinho das crianças, Majestic a Majestic. Ou... a gente se junta e sai às ruas a sério, com o perdão das aliterações cortantes. Abraço, Rafael
(cidadedeflorianopolis.blogspot.com)
PS - A propósito, saiu a comunidade de blogueiros ilhéus no orkut?
É verdade, Rafael, as grandes transformações vão se dando aos poucos. Mas a ficção pode ser uma boa forma de fazer uma alegoria do que ocorre no presente. Estava em muitas comunidades e saí de algumas, já que acabava não entrando em nenhuma. Mas posso voltar. Abraço.
Carlito,
Claro - a ficção é uma arma poderosa! E meio de organizar as idéias. Finalmente vi os teus comentários no meu Blog. Pus, aliás, por lá uma ligação para cá.
Escuta, que tal juntar gente disposta a fazer alguma espécie de "desvio" quando se inaugurarem esses centros comerciais que estão sendo construídos? Algo à maneira dos situacionistas franceses, algo fassbinderiano, carnavalesco. Talvez gente de teatro da Udesc se interessasse.
Um abraço,
Rafael
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