05 maio 2006

Impressões fugazes sobre a capitá federá

Aqui estou a trabalho, mais uma vez. Brasília é um lugar bem estranho. Da primeira vez que a conheci, detestei. Da segunda, um pouco menos. Depois, a cada nova pauta no planalto central, eu ia descobrindo umas coisitas novas sobre este monumento vivo. Sim, é verdade: Brasília pode ser um lugar muito bacana. Ela vai se revelando aos poucos a quem tem paciência de vencer a primeira má impressão. Ainda me oriento mal aqui - as superquadras me parecem muito iguais umas às outras e só agora começo a captar a lógica dos números e letras que sinalizam tudo. Em certas ocasiões a cidade me dá a impressão de um cenário de ficção científica, uma bolha de fantasia delirante ancorada no platô do Centro-Oeste. Pequenos detalhes cotidianos vão sendo acrescentados ao painel mental que faço do lugar: parques arborizados, muitas áreas de lazer, botecos e centros culturais fervilhantes, grande diversidade cultural... Há também o lado sobre o qual eu preferia nem falar, mas é parte intrínseca da capitá federá: os políticos. Sempre há uma história de podridão não-revelada correndo nos bastidores. Ontem, ao sair do hotel, a primeira pessoa que vi, sentado no sofá da entrada, foi Severino Cavalcanti, aquele asno arrogante que presidiu o Congresso. Mas voltando às coisas boas, esta semana comi carneiro e macaxeira cozida com Lúcio Lambranho, que também escrevinha aqui no blog, e sua mulher Cristina. Num restaurante bem pertim da casa deles. Tava meio frio, Cristina foi pegar o casaco em casa e voltou em cinco minutos. Pois é, tem também essa coisa de cidade de interior misturada com o lado cosmopolita. O grande defeito de Brasília é não ter mar, o que provavelmente me deixaria pirado se eu tivesse que morar aqui. Ainda falta conhecer muito - as cidades satélites são um grande ponto de interrogação pra mim, as cachoeiras dos arredores também. Fica pra próxima. É sempre bom ter motivos pra retornar.

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