05 maio 2006

Ares uruguaios

Sei que os manezinhos gostam mais dos uruguaios do que dos argentinos... pelo menos é o que me dizem há 30 anos - tempo que vivo nesta Ilha. Quando cheguei do Uruguai com dois anos apenas, desembarcando primeiro no Rio de Janeiro de uma temporada na Colômbia por conta do trabalho do meu pai como Capitão da Marinha, pouca coisa me lembro. A não ser o tumulto da família esperando, minha mãe com os seis filhos e 32 malas quase doida no aeroporto. Mas aos poucos fui descobrindo Florianópolis, em especial o Norte da Ilha, porque fomos morar na casa que meu pai já tinha construído em Canasvieiras. O acesso era uma viagem inesquecível, as vezes até parávamos para fazer lanche ou coisa assim, e foi assim por algum tempo até irmos morar no novo bairro chamado Santa Mônica. Em cima do mangue, era só chover muito e todo mundo se preocupava.
Nesta época, lembro que meur irmãos - sou a caçula - recordavam-se do bairro onde moramos a maior parte do tempo no Uruguai, em frente à praia também, mas bem mais central, na capital Montevideo.
Hoje faço o exercício contrário. Depois de viajar várias vezes para minha cidade natal, comecei a ver em Florianópolis alguns ares uruguaios. Talvez seja nostalgia ou mesmo saudade de um tempo que não volta mais - nossa que lugar comum essa frase!
Mas tem uma área do bairro Monte Verde (ou já é Saco Grande?), com prédios baixos e ruas largas, uma praça no meio, que me lembrou o bairro da minha madrinha em Montevideo. Alguns cafés mais antigos, no Estreito, me remeteram aos cafés apertados da avenida 18 de julio onde a cidade inteira se movimenta no país vizinho. Em Jurerê Internacional, perto das sete da manhã, parecia o bairro Carrasco com alguns idosos indo comprar o jornal e tomar café na padaria.
Só pode ser nostalgia. Acho que vou para o Uruguai em julho mostrar onde nasci para a minha filha Isabela.

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