Parte 3
III. Peões
Jef ligou o gravador.
— Por que decidiu correr todo esse risco e contar o que sabe?
— O povo das favelas não teve culpa, questionei a ordem de atacar as balsas, seria um massacre injusto e desnecessário. Percebi que seria preso se insistisse e que não poderia evitar nada. Fingi cumprir as ordens e desertei quando a operação começou. Já havia feito contato com Cabral, usando um pirata como intermediário.
— Quem explodiu a ponte?
— A Marinha. Descobrimos que há algum tempo um grupo de militares da Escola de Aprendizes Marinheiros havia convencido seus superiores da necessidade de colocar em prática, no momento oportuno, o que eles chamaram de Plano Guararapes, para expulsar os holandeses da ilha. Precisavam de um motivo para intervenção. De Bry é vaidoso, acreditou que tomar rapidamente o Leste da Ilha era vital para frustrar os planos da Marinha. Mordeu a isca.
— Então nem os nativos nem os piratas foram responsáveis?
— Eles são peões num jogo de xadrez entre a Marinha e a VOC.
Negociações diplomáticas...
[ Leia na área +D1 Especial, na coluna ao lado, todos os capítulos de A Ilha ]
18 maio 2006
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário