Fui cobrir a Feira Industrial de Hannover pela revista Empreendedor, em abril de 1995. No dia de ir embora peguei um táxi até a estação de trem. Para surpresa do motorista, sentei no banco do carona, na frente. E com meu inglês “let it be” (ou seja, diplomado pela Escola Beatles de Língua Inglesa) conversei com ele e descobri que era desertor do Exército iraniano e que tinha fugido para a Alemanha por causa da guerra Irã-Iraque. Ele disse que gostaria de conhecer o Brasil, que achava as mulheres brasileiras muito bonitas. O iraniano disse também que gostava muito de Hannover, mas o povo era muito frio. Raramente os passageiros sentavam no banco da frente do táxi.
[Deslocamento da estação de trem de Hannover até a estação de trem de Frankfurt.]Em Frankfurt, na Alemanha
Da estação de trem até o aeroporto de Frankfurt, peguei outro táxi. O motorista também era um imigrante, desta vez um senhor etíope com idade entre 55 e 60 anos. Quando eu disse que era do Brasil, ele sorriu e encheu de elogios o zagueiro Júlio Cesar (aquele da Copa de 86) e o volante Dunga, que jogavam em clubes da Alemanhã na época. “Dunga is a good player”, disse ele. Futebol à parte, quis saber qual a impressão dele sobre a cidade, do ponto de vista de um imigrante. Citei o que o iraniano havia me dito em Hannover. Ele concordou sobre a frieza dos alemães, mas ali havia uma coisa diferente: por causa da localização da cidade (que fica bem no centro da Europa) e do aeroporto (um dos mais movimentados do mundo), havia muita gente de outras nacionalidades circulando por Frankfurt. Esse ar “cosmopolita” para o taxista superava a frieza dos alemães.
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