Esta temporada frustrou expectativas imediatistas e amadureceu um conceito mais adequado ao turismo a longo prazo. Case nacional e até internacional, a ilha atrai pelo que é: uma beleza sem par, que com clima bom extrapola tudo o que se pode esperar de um período dedicado ao descanso e ao lazer. Mas, com esta temporada, está enterrada definitivamente a ilusão, muito comum entre certas faixas de empresários do turismo, de que é preciso aproveitar ao máximo para poder enfrentar as estações menos favorecidas.
Lembro que logo ao chegar aqui nesta minha terceira tentativa de morar em Floripa, perguntei o preço de uns móveis numa casa especializada em Ingleses. O dono ficou irritado, invocando o exemplo dos argentinos que pagavam sem regatear. Já tinha passado a época da Argentina antes do grande baque, mas essa mentalidade resistia em alguns nichos. Agora ficou claro que os argentinos vieram, mas gastaram menos, e que está bem diversificada a fonte de demanda. Não se trata apenas de substituir argentino por paulista, mas sim de pensar que a ilha mudou. Ela é atração numa época de grande enxugamento, não há dinheiro sobrando na população que decide pegar uma praia.
Também há o fato de que muita gente muda para cá em definitivo e isso aumenta a responsabilidade: o mercado se estende pelo ano todo e as iniciativas mudam de rumo. Ou melhor: fica consolidado o que a ilha sempre teve de melhor, que é a cordialidade, o respeito e a alegria de se viver num lugar como este. Como migrante que por toda a vida sempre viu Floripa como o ponto certo para uma vida melhor, vejo esta temporada como um bom sinal de a ilha poder cumprir ainda com mais eficiência seu destino de convívio possível num mundo cada vez mais impossível.
A temporada foi um sucesso. E o bom é que ela ainda não acabou.
05 fevereiro 2006
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Um comentário:
amigo nei vc sempre brilhante. faz tempo a época do "dame dos" abraços. acácio
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