01 dezembro 2005

Coloquem-se na minha situação

Antes de mais nada, uma coisa precisa ser dita: eu adoro praia. Ah, e minha filha, Amanda, também. Isto posto - sempre quis usar a expressão, que nem sei se existe -, passo a explanar sobre minha atual situação, num início de verão que projeta-se bastante caloroso e ensolarado (ou seria o contrário?). Estou há oito meses morando em Chapecó (Chapecó: capital nacional da agricultura familiar, nenhuma praia por perto, 650 km da capital do Estado, Florianópolis (Florianópolis: Ilha da Magia, cento e (?) praias - qtas são mesmo? já descobriram mais alguma? Se descobriram, por favor, só me contem quando eu estiver aí, com possibilidade de acesso rápido, ok?).
O mar me tem feito muita falta. Estive por três vezes en la isla nestes oito meses e, graças a deus, ele ainda estava lá. E ele tem feito falta também à minha filha. Mas as crianças têm com elas a sorte grande que responde pelo nome de "imaginação". Isso sim é que é poder. Imaginação. O que passo a contar aconteceu há alguns meses. Numa noite em Chapecó. Amanda, como já disse, minha filha, resmungou que estava com saudades de ir à praia. Eu respondi que não se chateasse, que era inverno, que mesmo se estivéssemos em Floripa, não daria pra ir à praia, que patati, que patatá. E continuei fazendo o que eu estava fazendo, acho que no computador. Senti que ela não tinha se convencido. Ouvi passinhos do quarto dela pra sala, da sala pro quarto dela, do quarto dela pro banheiro, do banheiro pra sala. Eu continuei no meu, no computador.
- Manhê, vem aqui ver uma coisa!
Fui pra sala.

Cena 1. Externa. Praia na Sala da Casa da Amanda:

Vemos um guarda-chuvas aberto colocado no chão como se fosse um guarda-sol. Uma canga esticada. Brinquedos de criança brincar na areia. Um protetor solar jogado aleatoriamente. Um óculos de sol. Uma menininha, 4 anos, chamada Amanda, de biquini.

Amanda:

- Manhê, eu disse que tava com saudades da praia!

Confesso, senti até o cheiro do mar naquele momento. Isso é poder. Daí voltei pro computador, tinha uma pilha de trabalho.

- Legal! Fica brincando, então, filha!

Uma hora, duas horas. Silêncio na sala. Fui ver se estava tudo bem. Amanda tinha dormido na areia.

Estaremos aí em janeiro.

2 comentários:

Aline Cabral Vaz disse...

Muito bom! Consegui visualizar direitinho... ; )

Anônimo disse...

Linda história! Bom te ver por aqui, amiguinha.