24 maio 2006
O dinheiro das cidades
As cidades brasileiras são mal administradas porque têm uma estrutura de governo demasiadamente pesada e geram pouca receita própria, dependo de repasses dos governo federal e estadual para qualquer obra maior que repor lajotas de um trecho de rua. O resultado é um verbotudo de extensões continentais que serve menos para executar obras de que os municípios precisam do que para alimentar esquemas de corrupção, sem falar na utilização dessas verbas como moeda de troca política. O Jornal do Brasil traz na edição de hoje uma matéria de capa assinada pelo colega de +D1 Lúcio Lambranho, em que o ministro do Controle e Transparência, Jorge Hage, dá uma idéia do tamanho do estrago. Dois terços dos repasses federais aos municípios (algo como R$ 66 bilhões anuais) não chegam onde deveriam. Nossas cidades precisam de estruturas menores e com mais dinheiro próprio, sistema adotado nos Estados Unidos e na Alemanha, por exemplo. O controle democrático do dinheiro fica mais fácil e, em caso de investimentos maiores, municípios podem associar-se entre si, coordenados pelo Estado.
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