20 fevereiro 2006

Bote fé na informação turística

Como sou um tradicional passageiro de ônibus, sempre me invoquei com as paradas. Elas no fundo não servem para nada. Se está calor, o teto de plástico transforma o espaço num forno. Se chove, todo mundo se molha. E o pior, não há informação nenhuma, a não ser publicidade: braços cheios de laranjas dizendo cresça e apareça; a cara espertalhona do Faustão anunciando algo; o penteado de Hebe prometendo a felicidade e por aí vai. Mas não há uma placa sequer dizendo quais linhas passam por ali, destinos e horários. Isso provoca pânico, especialmente numa cidade turística. Quem mora aqui ( e nem precisa ser nativo) vira guia em querer. Sei, dá trabalho. Mas no geral o Brasil é pobre de sinalizações.

Não entendo como num ônibus que vai para o centro está escrito Canasvieiras. Soube de passageiro, com malas e família, que pegou o ônibus para o Centro quando queria ir para Canas. Descobriu o erro no meio da viagem e a linha que ele pegou era o Direto. Quando estive uma vez em Piracicaba não conseguia achar a rua, onde alguém seria entrevistado por mim. Custei a entender mas matei a charada: não havia placas porque "todo mundo" sabe que rua é aquela. Não é o caso de Floripa, onde há nome para todas as ruas, estradas, avenidas e servidões.

Mas também soube de uma pequena vingança contra os turistas. Um carro na reserva encosta ao lado de três nativos. Onde fica o posto mais próximo? (estavam no sul da ilha). Dez quilômetros, disse um. Mas tem o posto do Dilon, disse outro. Pegas a primeira estrada de terra à direita. Fica a três quilômetros.

Seguindo adiante (a história está neste endereço ), o grupo passou por dezenas de transversais de terra. Já estava escuro e não arriscaram. Perguntaram novamente. O próximo posto, disse uma boa alma, fica a dez quilômetros. E o posto do Dilon?estranharam os turistas. Isso é golpe. É para deixar turista sem gasolina. Entras na estradinha e precisas depois fazer uma boa trilha de volta.

Acho que estavam errados. O posto do Dilon existe e faz concorrência aos grandes postos. Então espalharam que é tudo invenção. Precisava uma placa: Posto do Dilon: tenha fé! Ou a confirmação numa camiseta, como diz o blogueiro que contou a história: Posto do Dilon: eu abasteci!

Um comentário:

Cléia Schmitz disse...

Nei, também nunca entendi porque não colocam os horários de ônibus nas paradas. Por que troca muito? Não é desculpa. Sinceramente, acho que uns e outros deveriam tomar ônibus de vez em quando para entender como facilitar a vida do usuário.