19 janeiro 2006

Terror no palco

Para aqueles que reclamam da falta de opção cultural na ilha aí vai uma dica: ir ao teatro, o que para mim é sempre algo diferente. Confesso até que não vou muito, não sei escolher as peças e sempre pego aquelas montagens moderninhas que que contam com a participação da platéia. Pior, dou o azar de ser ungido nessas situações, sou sempre o cara escolhido. Já fiz de tudo: fui assistente de mágico, escolhi letras de música num saco plástico, ganhei bombons.

Nessas horas sempre me lembro de um conselho que me deram quando fazia teatro amador. "Tenha confiança, olhe para a platéia mas não encare ninguém, fixe o olhar num ponto sorria, relaxe, não há o que temer". Isso sempre me pareceu uma fórmula para comover o público, mas estava enganado. Quem me conveceu disso foi o ator Renato Turnes, que mais uma vez encena O coração delator, na Casa do Teatro Armação. A peça, baseada nos textos de Edgar Allan Poe, é a narração de um assassinato, das reminiscências da infância conturbada, dos fragmentos de um amor extinto. Já teve várias criticas positivas, vale a pena dar uma olhada.

Ver O coração delator pela primeira vez me trouxe a nova sensação, aquela que se tem quando um bom ator te encara nos olhos. É como se ele soubesse os teus segredos e aproveita isso para te transportar a um outro universo, no caso, as fantásticas histórias de Poe. O monólogo é pertubardor, não só pelo excelente trabalho de Turnes. Muito do sucesso da montagem se deve ao Teatro da Armação. Dizer que a sala é pequena é eufemismo, é mínima. Arrisco-me a dizer que é também um elemento cênico, assim como os poucos objetos que povoam o palco - uma cadeira, um bau, um soro. Em O coração delator o teatro Armação se torna absurdamente opressor, fruto da iluminação minimalista e da trilha acertada. A peça será encenada novamente no dia 25, às 21h. O ingresso custa R$ 20,00 e estudante paga meia. O teatro fica ao lado da praça XV, na rua dos Ilhéus.

6 comentários:

Aline Cabral Vaz disse...

Belo texto, Wendel. Fiquei com vontade de assistir a peça.

Aline Cabral Vaz disse...

Belo texto, Wendel. Fiquei com vontade de assistir a peça.

Anônimo disse...

vá ao teatro catarinense.....mas não me chame !!!!!!

Anônimo disse...

uma boa idéiaa concepção deste blog.....uma pena que a maioria dos posts seja tão fraquinha.....gentes....tá faltando criatividade, habilidade com as palavras, não acham ? relatar o óbvio, que todos nós ilhéus já sabemos de cor, cansa, certo ? ou o blog é só para turistas ?

Anônimo disse...

certamente não é blog para gênios anônimos

Anônimo disse...

Vige Maria, o que é isso, anônimo!?