Quase náufragas

Lá pelo início dos anos 1990, eu e um grupo de umas dez amigas embarcamos numa aventura que nos fez entender melhor por que a praia de Naufragados tem esse nome. (Para quem não sabe, é por causa do naufrágio de um navio no século XVI.) Estávamos belas e formosas descansando depois da trilha de cerca de uma hora que leva até a praia. Avistávamos as praias da Pinheira e do Sonho, no continente, quando alguém teve uma idéia. "Por que a gente não pega um barquinho e vai até a casa da mãe da Mônica tomar café com sonho?"

Mônica era uma das meninas do grupo e a casa da mãe dela ficava logo ali em frente, na Praia do Sonho, no município de Palhoça. Era só atravessar o mar, parecia muito simples. Felizes, todas concordaram. Fomos conversar com uns pescadores para que eles nos levassem até lá. Com a irresponsabilidade da juventude, nem perguntamos se o barco tinha coletes salva-vidas. E não tinha. Logo percebemos que eles poderiam ser muito necessários.

A travessia da Ilha para o continente não foi nada tranquila. Na foto, acho que as meninas estavam rindo "de nervoso". Eu, nem isso conseguia. Nas proximidades do continente, o mar agitado jogava o barco em direção ao costão. Pensei que fôssemos nos esborrachar nas pedras. O que nos deixou mais apavoradas é que o barqueiro não parecia nada sossegado. Para piorar, ainda levou um amigo bêbado que só não caiu do barco porque o anjo da guarda devia estar muito atento.

Foi um alívio quando finalmente conseguimos pisar nas areias da praia do Sonho. Será que é por isso que a praia tem esse nome?

Ah, voltamos para casa de ônibus.