15 janeiro 2006

Ônibus para a Costa

A comunidade da Costa da Lagoa é uma fileira de casas espremida entre a Lagoa da Conceição, em Florianópolis, e morros altos, cobertos pela Mata Atlântica. Num dos lugares mais aprazíveis da Ilha de Santa Catarina, há desde famílias modestas estabelecidas ali há muito tempo - algumas responsáveis por restaurantes lotados de turistas durante o verão - até casas de praia de ricaços. Uma dessas casas, do publicitário Wilfredo Gomes, recebeu no último sábado um enorme helicóptero, provavelmente levando alguns amigos do proprietário. Por limitações da legislação ambiental, o crescimento urbano foi quase congelado, já que não é possível construir imóveis novos, apenas reformar os atuais. O que não impediu o publicitário de erguer um grande trapiche-heliponto especialmente sobre a lagoa.


Uma das peculiaridades da Costa da Lagoa é o acesso. Ali não se chega de carro. Para quem não tem helicóptero ou lancha, a opção é ir a pé, por uma trilha costeando a lagoa, ou usar o único transporte público disponível, o barco. Operado por uma cooperativa de barqueiros, o sistema é semelhante a uma linha de ônibus, usando baleeiras com cabina para 40 lugares. No trajeto de 50 minutos, há uma dúzia de paradas em trapiches, dotados de abrigos semelhantes aos do transporte coletivo urbano. Há horários regulares e a passagem custa R$ 2. Entre turistas e moradores, há gente de todo o tipo tomando esses ônibus aquáticos. Como o sujeito da foto acima, que ofereceu de graça aos passageiros uma apresentação de violino popular. O transporte de carga é feito em barcos especialmente fretados. Na foto abaixo, um morador transporta alguns eletrodomésticos, entre eles uma geladeira.

3 comentários:

Cléia Schmitz disse...

Detalhe: o violinista não passa o chapéu ao final da apresentação.

Anônimo disse...

Fantástico. Mundo pequeno. Também fui para a Costa no sábado, só que peguei o "ônibus" no Rio Vermelho. Almoçamos no restaurante Cabral, uma maravilha de lugar - e bem perto da casa onde estava o helicóptero.

Cléia Schmitz disse...

Puxa, Ana, quase fomos lá, mas acabamos parando no Paraíso.